segunda-feira, 5 de junho de 2023

ESPECIAL: Os Maiores Compositores do Cinema. 2ª Parte



O que seria da Sétima Arte sem o acompanhamento musical? É inegável que o cinema e a música são duas artes que caminham juntas, pois a trilha sonora de um filme fornece o clímax ideal no desenrolar de uma trama. Todas as expressões apresentadas num acorde de Trilha Sonora (ou como chamam os portugueses lá na terrinha, de Banda Sonora) realçam aventura, grandeza, tristeza, romance, amor e ódio no teor de uma obra cinematográfica. Sem a música, o cinema não seria uma arte completa a luz das plateias.

O que seriam estas cenas de ação sem o score dos grandes compositores? Pois o cinema antigo foi abençoado com muitos deles, que fizeram encantar o público com seus acordes. Cada um exercia seu repertório, cada um tinha seu estilo único e sua originalidade, e para os amantes das trilhas sonoras clássicas do cinema, dificilmente tal estilo passa desapercebidamente. Podemos reconhecer em cada um destes Mestres o seu estilo próprio, deixando um legado não somente importante para a Sétima Arte, mas também para a História da Música.

Paulo Telles

Assim começou a primeira parte de uma matéria iniciada semana passada sobre os maiores compositores do cinema. Na primeira parte, foram destacados os seguintes mestres: Alfred Newman, Miklos Rozsa, Bernard Herrmann, Victor Young, Max Steiner, Franz Waxman, Erich Wolfgang Korngold, Dimitri Tiomkin, Alex North, Elmer Bernstein, Jerry Goldsmith, Henry Mancini, Mario Nascimbene, Maurice Jarre e Ennio Morricone, foram abordados no primeiro artigo, que pode ser lido para apreciação em:


Nesta segunda e última parte que se segue, abordaremos mais compositores que contribuíram para os grandes temas das maiores superproduções do cinema. Vamos a eles.

NINO ROTA
 
   NINO ROTA (1911-1979)

Nascido em Milão a 3 de dezembro de 1911, em Milão, Itália, veio de uma família de músicos. Ainda criança, mudou-se para Roma, conde completou seus estudos no Conservatório de Santa Cecília em 1929, com Alfredo Cassela. Há essa altura, já era um “menino prodígio”, famoso tanto como compositor como regente de orquestra. Seu primeiro oratório, L'infanzia di San Giovanni Battista, foi realizada em Milão, e em Paris em 1923. sua primeira comédia lírica, Il Principe Porcaro, foi composta em 1926.


NINO ROTA

Entre 1930 a 1932, Rota viveu nos Estados Unidos, onde ganhou uma bolsa de estudos na Universidade de Curtis Filadélfia, participando de aulas de composição ministradas por Rosario Scalero, e aulas de orquestra por Fritz Reiner. Voltando para Itália, se formou em Literatura pela Universidade de Milão. Em 1937, ele começou uma carreira docente que levou à direção do Bari Conservatory, um título que ocupou de 1950 até o fim de sua vida. Escreveu trilhas para várias óperas antes de iniciar no cinema. Seu trabalho no cinema remonta ao início dos anos de 1940.

Romeu e Julieta

ROMEU E JULIETA (Versão 1968 de Franco Zeffirelli) e AMACORD, tiveram seus temas assinados pelo italiano Nino Rota.

Sua filmografia inclui os nomes de quase todos os diretores notáveis de seu tempo. O primeiro deles é Federico Fellini . Ele escreveu todas as trilhas sonoras para os filmes de Fellini, desde Abismo de um Sonho (Lo sceicco bianco) em 1952, até o Ensaio de Orquestra (Prova d'orchestra) em 1978. Outros diretores incluem Renato Castellani , Luchino Visconti , Franco Zeffirelli , Mario Monicelli , Francis Ford Coppola (Oscar de melhor trilha sonora original para O Poderoso Chefão II, em 1974), king Vidor , René Clément , Edward Dmytryk , e Eduardo de Filippo. Ele também compôs a música para muitas produções teatrais por Visconti, Zefirelli e de Eduardo di Filippo.

O Poderoso Chefão

A Estrada

O PODEROSO CHEFÃO, A ESTRADA e GUERRA E PAZ (Versão de 1956, de King Vidor), tiveram suas trilhas sonoras assinadas pelo Mestre Nino Rota. 

Entre os filmes mais famosos que tem sua composição destacam-se: A Estrada (La Strada, 1954); Guerra e Paz (War and Peace, 1956); As Noites de Cabiria (Le notti di Cabiria, 1957); A Doce Vida (La Dolce Vita, 1960); Rocco e seus Irmãos (Rocco i suoi fratelli, 1960); Fellini 8/2 (8/2, 1963); Julieta dos Espíritos (Giulietta degli spiriti, 1965), Romeu e Julieta (Romeo and Juliet,1968); O Poderoso Chefão (The Godfather, 1972); Amacord (Amarcord, 1973); O Poderoso Chefão II (The Godfather – Parte 2, 1974); e Casanova de Fellini (Il Casanova di Federico Fellini, 1976). Nino Rota faleceu em Roma, a 10 de abril de 1979. 

JOHN WILLIAMS

  JOHN WILLIAMS (nascido em 1932)

Poucas composições musicais permaneceram tão fortes em nossa memória quanto o ritmo aterrorizante de Tubarão (Jaws, 1975), de Steven Spielberg. Um dos mais consagrados compositores do cinema americano, detentor de um bom número de premiações com o Oscar Nascido a 8 de fevereiro de 1932, em Flushing, Queens, New York e formado pela UCLA, era pianista de jazz antes de compor temas para séries de TV.

JOHN WILLIAMS, um dos maiores compositores da Sétima Arte

Estreou no cinema compondo para o filme Meu Sangue me Condena (I Passed for White) em 1960, seguindo de Os Assassinos (The Killers, 1964), O Vale das Bonecas (Valley of the Dolls, 1967), e O Destino de uma Paixão (Jane Eyre, 1970). Seus arranjos musicais para Um Violinista no Telhado (Fiddler on the Roof, 1971) lhe concederam seu primeiro Oscar.

Capa de uma edição de CD do filme TUBARÃO (1975), trilha sonora assinada pelo Mestre John Williams.

Ganhou Oscar por Tubarão e pela trilha de Guerra nas Estrelas (Star Wars, 1977), mas perdeu em Contatos Imediatos do Terceiro Grau, também de 1977. Em 1979, ganhou pela trilha famosa do filme Superman – O Filme (Superman, 1978), arranjo que o consagraria e estaria ligado para sempre com o próprio personagem. Em 1980, ganhou por O Império Contra Ataca (Star Wars: Episode V - The Empire Strikes Back), e em 1982, por ET, O Extraterrestre (ET).Poucas composições musicais permaneceram tão fortes em nossa memória quanto o ritmo aterrorizante de Tubarão (Jaws, 1975), de Steven Spielberg. Um dos mais consagrados compositores do cinema americano, detentor de um bom número de premiações com o Oscar Nascido a 8 de fevereiro de 1932, em Flushing, Queens, New York e formado pela UCLA, era pianista de jazz antes de compor temas para séries de TV. 

Capa do CD do filme SUPERMAN, O FILME (1979), trilha assinada pelo Mestre John Williams, com qual ganhou um de seus honoráveis Oscars. 


Guerra nas Estrelas

JFK
GUERRA NAS ESTRELAS (1977) e JFK (1992), temas inesquecíveis de John Williams

Indiana Jones

INDIANA JONES E O TEMPLO DA PERDIÇÃO e ESQUECERAM DE MIM 1 são temas imortalizados pelo mestre John Williams. 

Seus outros créditos incluem composições para os seguintes filmes: O Destino do Posseidon; Inferno na Torre; Terremoto; 1941-Uma Guerra muito Louca; Os Caçadores da Arca Perdida; Indiana Jones e o Templo da Perdição; Império do Sol; JFK,; Nascido em 4 de Julho; Esqueceram de Mim; A lista de Schindler

Jerome Moross

   JEROME MOROSS (1913-1983)

Nascido a 1º de agosto de 1913, no Brooklyn, Nova York, aos 18 anos já era um formando pela Universidade de Nova York. Sendo uma criança prodígio, com 5 anos já era pianista, e com 8 anos de idade, já fazia composições. Seu primeiro trabalho “adulto”, intitulado Hinos, foi realizada em público quando ele tinha 16 anos, trabalho esse conduzido por Bernard Herrmann. Outras composições teatrais incluindo Everlasting Blues (1932) e Beguine (1934), foram notáveis para seu uso de expressões folclóricas americanas.

Jerome Moross, um tributo da Arte para as trilhas do cinema!

Capa do LP do filme O SENHOR DA GUERRA (1965), belíssimo score assinado pelo brilhante Mestre Jerome Moross.

Ele compôs para muitos espetáculos na Broadway em 1935. No cinema, estreou em Hollywood na década de 1940, como arranjador e compositor colaborando com grandes nomes dos Soundtracks, como Hugo Friedhofer e Franz Waxman. Seus próprios resultados como compositor de cinema incluem obras como O Rebelde Orgulhoso (The Proud Rebel, 1958), O Senhor da Guerra (The War Lord, 1965), e Rachel, Rachel (1968). Foi indicado para o Oscar de melhor composição pela trilha monumental e poderosa de Da Terra Nascem os Homens (The Big Country, 1958).

Da Terra Nascem os Homens

O Mestre Moross é também lembrado por grandes composições de filmes de faroeste (juntamente com Dimitri Tiomkin e Elmer Bernstein) e compôs para a espetacular superprodução de William Wyler DA TERRA NASCEM OS HOMENS (1958) e ainda encontrou tempo para assinar o tema da série de televisão CARAVANA (1957-1965) estrelada por Ward Bond e Robert Horton.

Além de seus significativos trabalhos para o cinema, Moross também compôs para séries de televisão, e seus melhores trabalhos na mídia foram para Gunsmoke (1955-1975) e Caravana (Wagon Train, 1957-1965). Jerome Moross faleceu a 25 de julho de 1983, na Florida. 


JERRY FIELDING
  
      JERRY FIELDING (1922-1980)

Músico de Jazz, diretor de banda, e compositor de cinema e televisão. Assim se resume este talento das trilhas que colaborou regularmente para os cineastas Sam Peckinpah, Clint Eastwood e Michael Winner.  Jerry nasceu Joshua Itzhak Feldman, a 17 de junho de 1922, em Pittsburgh, Pensilvânia. Ele aprendeu a tocar clarinete e se juntou a uma banda de escola. Se juntou ao Instituto Carnegie para Instrumentistas, mas acabou saindo devido a problemas de saúde, que praticamente o agravaram durante toda sua vida. Depois de se recuperar, ele trabalhou no Teatro Stanley em Pittsburgh. Jerry deixou sua cidade natal aos 17 anos para se juntar à banda de swing de Ray Alvino, em seguida, executando arranjos para bandas de jazz de Los Angeles como os de Claude Thornhill , Jimmie Lunceford , Tommy Dorsey , Charlie Barnet e Les Brown .

Jerry Fielding, um dos maiores compositores do cinema

No início da década de 1950, foi parar na TV após um bom período no Rádio, onde compôs e fez arranjos para vários programas populares americanos. Na telinha, participou de vários arranjos e chegou a ter um programa que levava o seu nome, The Jerry Fielding Show, que durou 14 episódios em 1952. Em seguida, compôs para a série de TV The Life of Riley (1953-1957). Entre 1959 a 1960, fez arranjos para o show de Betty Hutton.

Meu Ódio Será Sua Herança

MEU ÓDIO SERÁ SUA HERANÇA (1969) e MATO EM NOME DA LEI (1970) são temas assinados pelo Mestre Jerry Fielding.

Com a sombra do Macarthismo pairando nos Estados Unidos, Fielding se tornou uma das vítimas ao ter seu nome na lista negra. Somente em 1960 é que ele pôde trabalhar sossegadamente, que graças ao amigo Dalton Trumbo (outro perseguido pelo Marcarthismo) pôde compor para o cineasta Otto Preminger o filme Tempestade Sobre Washington (Advise & Consent) em 1962. Mesmo compondo pela primeira vez no cinema, Fielding ainda foi prolífero na televisão, pois compôs trilhas para as mais famosas séries da TV, como Missão Impossível, Jornada nas Estrelas, e Guerra, Sombra, e Água Fresca, ambas em 1966. No ano seguinte, se aliou pela primeira vez a Sam Peckinpah, para um programa de TV intitulado ABC Stage 67: Wine Noon, série esta dirigida por Peckinpah. Foi o início de uma parceria prolífera, porém tumultuada. Juntos, Fielding comporia os maiores sucessos deste grande diretor, a começar com Meu ódio Será Sua Herança (The Wild Bunch, 1969), sucedendo-se: Tragam-me a Cabeça de Alfredo Garcia (Bring Me the Head of Alfredo Garcia, 1974); e Pat Garret e Billy The Kid (Pat Garrett e Billy the Kid, 1973).


Assassino a Preço Fixo

ASSASSINO A PREÇO FIXO (1974) e JOSEY WALES (1976) são trilhas compostas por Jerry Fielding.

Na década de 1970, se aliou a outro grande diretor, Michael Winner, para quem compôs Mato em Nome da Lei (Lawman, 1971), Renegado Impiedoso (Chato’s Land, 1972), Assassino a Preço Fixo (The Mechanic, 1972), e Scorpio (Scorpio, 1973)Com o ator e cineasta Clint Eastwood, compôs para os filmes Josey Wales – O Fora da Lei (The Outlaw Josey Wales), trilha que lhe rendeu sua terceira e última indicação ao Oscar em 1976; Sem Medo da Morte (The Enforcer, 1976); e Rota Suicida (The Gauntlet, 1977). Após diversos problemas cardíacos, Jerry Fielding morreu de um ataque fulminante do coração, a 17 de fevereiro de 1980, aos 57 anos de idade. 


BURT BACHARACH

  BURT BACHARACH (1928-2023)

Algumas das canções conhecidas no cinema foram compostas por Burt Bacharach, nascido a 12 de maio de 1928, como Walk on By, Do You Know the Way to San Jose?, e I’Il Never Fall In Love Again. Filho de um colunista de jornal, começou como pianista de boate e depois resolveu estudar música clássica. Foi maestro e arranjador de Vic Damone e Marlene Dietrich.


Burt Bacharach, mestre das trilhas sonoras

As Trilhas de Burt Bacharach

A música de Bacharach tem sido interpretada por diversos cantores famosos, incluindo, os Beatles, os Carpenters, Aretha Franklin, Jack Jones, Tom Jones, Dusty Springfield, Luther Vandross, e especialmente Dionne Warwick, que gravou demos para ele. A sua música é venerada por um estilo sofisticado, melodias marcantes de atmosfera clássica, além do uso de formas de compasso como 5/4 ou 7/4. Ele teve um total de 52 sucessos emplacados no "Top 40". Além disso, muitas das suas canções foram adaptadas por artistas de jazz da época, como Stan Getz e Wes Montgomery. A composição de David/Bacharach My Little Red Book, gravada pelos Manfred Mann em 1965, tornou-se um marco do rock.

Horizonte Perdido (1972)

HORIZONTE PERDIDO (Versão 1972) e CASSINO ROYALE (1966) são temas assinados pelo Mestre Burt Bacharach. 

Bacharach escreveu uma série de canções de sucesso com o letrista Hal David. A dupla recebeu três indicações consecutivas com o Oscar de melhor música entre 1965 e 1967, e os dois receberam a estatueta em 1969 por Raindrops Keep Fallin on My Head, para o filme Butch Cassidy, filme que deu a Bacharach o Oscar de melhor trilha sonora do ano. Em 1981, foi novamente premiado com o Oscar pela canção Best That You Can Do, do filme Arthur, o Milionário Sedutor (Arthur). Entre suas fascinantes composições para Sétima Arte destacam-se: Cassino Royale (1967); Horizonte Perdido (1973); e A Dor do Amor (1990). Baradach foi casado com a atriz Angie Dickinson. Burt Baradach morreu a 8 de fevereiro de 2023. 

Hugo Friedhofer

  HUGO FRIEDHOFER (1901-1981)

Um nome bem caracterizado nos créditos dos grandes clássicos de Hollywood, Hugo Friedhofer nasceu a 3 de maio de 1901, em San Francisco, Califórnia. Começou estudar violoncelo aos 13 anos de idade, e aos dezessete foi expulso da escola por defender um professor demitido por suas crenças liberais. Depois disso, foi trabalhar como violoncelista para orquestra sinfônica de San Francisco. Casou-se muito jovem, ao 19 anos, e teve um filho com 22. Não demora muito e Friedhofer usa sua experiência musical para tocar em orquestras de teatro e em salas de cinema onde eram exibidos na ocasião os filmes mudos.

AS AVENTURAS DE MARCO POLO (1937), com Gary Cooper,  tema assinado pelo Mestre Hugo Friedhofer. 

Chegando a Los Angeles na década de 1920, veio a se tornar amigo do músico violinista, George Lipschultz, que passou a ser o diretor musical da 20th Century Fox. Em 1929, Lipschultz pediu a Hugo que ocupasse o lugar de um músico para gravar em um pequeno estúdio uma música de cinema. Esse foi o começo da carreira de Freidhofer em filmes. Entretanto, quando a Fox resolveu assumir este pequeno estúdio, Friedhofer e outros músicos estavam na rua. Mas ele foi levado por Erich Korngold, um compositor relativamente novo no cinema (compôs As Aventuras de Robin Hood, em 1938) e que era integrante da Warner Bross, onde Max Steiner era o chefe musical do estúdio. Hugo foi contratado pela Warner depois de organizar partituras para musicais e orquestrar principalmente para Korngold e Steiner.  

A FACE OCULTA (1961), western dirigido e estrelado por Marlon Brando, com trilha composta pelo Mestre Hugo Friedhofer.

Em 1937, Friedhofer compôs sua primeira trilha para um filme, As Aventuras de Marco Polo (The Adventures of Marco Polo), estrelado por Gary Cooper. Embora ele ainda estivesse empregado como um orquestrador, ele gradualmente recebeu mais atribuições como compositor, tanto Alfred Newman o recomendou para esse primeiro trabalho. Entretanto apesar de ter composto para A Lei do Mais Forte (The Oklahoma Kid, 1939), A Marca do Zorro (The Mark of Zorro, 1940 – com Alfred Newman, este creditado), e A Estrada de Santa Fé (Santa Fe Trail, 1940), Hugo Friedhofer não recebeu os devidos créditos, como também não receberia nenhum credito por Gilda (1946). Em verdade e de forma triste, Hugo não teve créditos em 120 filmes que ele compôs ou ajudou a compor.

OS MELHORES ANOS DAS NOSSAS VIDAS (1947), obra de William Wyler que, entre as premiações, acabou angariando o Oscar por Melhor Composição para Hugo Friedhofer.

Rompendo com a Warner, Friedhofer tornou-se um freelancer, mas Alfred Newman novamente indicou-o para Samuel Goldwyn, para quem compôs sua primeira trilha (e creditada), As Aventuras de Marco Polo. Dessa vez, ele faria a trilha para uma obra prima de William Wyler, Os Melhores Anos de Nossas Vidas (The Best Years of Our Lives), em 1946, onde pela primeira vez Freidhofer pôde mostrar sua pontuação e o reconhecimento, onde acabou por conquistar um Oscar pela sua composição. Outros créditos por suas composições se seguiriam com uma obra de Alfred Hitchcock, Um Barco e Nove Destinos (Lifeboat, 1944); os deliciosos acordes de natal com Um Anjo Caiu do Céu (The Bishop's Wife, 1944); e a música que parece elevar ao céu em Joana D’Arc (Joana D’Arc, 1948), estrelada por Ingrid Bergman. Em 1954, compôs para o western de Robert Aldrich Vera Cruz (Vera Cruz, 1954), estrelado por Burt Lancaster e Gary Cooper

O BÁRBARO E A GUEIXA (1957) e SÁBADO VIOLENTO (1955) tiveram suas trilhas sonoras assinadas pelo Mestre Hugo Friedhofer.

Para a 20th Century Fox, na década de 1950, Freidhofer compôs ainda para estes grandes clássicos:  A Lei do Bravo (White Feather, 1955); As Sete Cidades do Ouro (Seven Cities of Gold, 1956); Tarde Demais Para Esquecer (An Affair to Remember, 1957); E Agora Brilha o Sol (The Sun Also Rises, 1957); O Bárbaro e a Gueixa (The Barbarian and the Geisha, 1958), este um veículo destinado para John Wayne e dirigido por John Huston; e Três Encontros com o Destino (In Love and War, 1958), A Face Oculta (One Eyed-Jacks, 1961). Católico fervoroso, ainda compôs para o filme Os Mistérios do Rosário, produção com o México, Espanha e Hollywood sobre a Paixão de Cristo, realizada pelo padre Patrick Peyton (1909-1992) da Cruzada da Família em 1958Hugo Friedhofer morreu a 17 de maio de 1981, após sequelas devido a uma queda. 

ARTHUR FREED

   ARTHUR FREED (1894-1973)

Dono de um instinto excepcional para descobrir talentos, estimulou a carreira de Vincente Minelli, Gene Kelly, e Judy Garland, e foi responsável pela parte do leão da Metro nos musicais mais destacados dos anos de 1940 e 1950. Nascido a 9 de setembro de 1894, em Charleston, Freed foi contratado para escrever as canções do inovador Melodia da Broadway (The Broadway Melody) em 1929. 

Arthur Freed e o diretor Vincente Minnelli

Arthur Freed e seus Acordes

Compôs um extraordinário número de canções, que incluem Singing In The Rain e You Are My Lucky Star, antes de se associar como produtor do clássico O Mágico de Oz (The Wizard of Oz, 1939, tendo produzido depois dezenas de clássicos musicais como Agora Seremos Felizes (Meet Me in St. Louis, 1944), Um Dia em Nova York (On the Town, 1949), Sinfonia em Paris (An American in Paris, 1951), Cantando na Chuva (Singin' in the Rain, 1952), e Gigi (Gigi, 1958).

Cantando na Chuva 

CANTANDO NA CHUVA (1952) e GIGI (1958) foram beneficiados pelo inconfundível repertório de Arthur Freed.

Seu toque de Midas era tal que recebeu carta branca para fazer musicais experimentais, como Uma Cabana no Céu (Cabin in the Sky, 1943), composto por um elenco de artistas negros, e o surrealista e extravagante Yolanda e o Ladrão (Yolanda and the Thief, 1945), estrelado por Fred Astaire.  Arthur Freed, que foi um dos mais importantes produtores de cinema dos Estados Unidos, morreu a 12 de abril de 1973.

George Gershwin

     GEORGE GERSHWIN (1898-1937)

Nascido a 26 de setembro de 1898, no Brooklyn, Nova York, interessou-se por música aos 12 anos e sua primeira composição, Swanee, ocorreu em 1919. Escreveu uma série de composições que fizeram muito sucesso na Broadway, geralmente em parceria com seu irmão Ira, um brilhante letrista. Muitas de saus melodias, sublimes e eternas, foram ouvidas em quase 50 filmes. Clássicos com Embraceable You, The Man I Love, e Someone to Watch Over me, eram apresentados com frequência, enquanto seu trabalho orquestral, Rhapsody in Blu, foi apresentado quatro vezes, a primeira em O Rei do Jazz (King of Jazz), de 1929.


George Gershwin compôs grandes temas para o cinema

RAPSÓDIA AZUL de George Gershwin

Rapsódia Azul (Raphsody In Blue) também foi o título de sua cinebiografia levada as telas em 1945 e estrelado por Robert Alda no papel de Gershwin. A ópera Porgy and Bess foi filmada em 1959. A peça Girl Crazy foi encenada três vezes e ele produziu trilhas originais para dois filmes de Fred Astaire: Cativa e Cativante (A Damsel in Distress, 1937), que apresentava A Foggy Day; e Vamos Dançar (Shall We Dance, 1937).

Grandes temas de Gershwin

Sinfonia em Paris

Sua trilha para Goldwyn Follies (The Goldwyn Follies, 1938), trazia Love Is Here To Stay, que foi cantada por Gene Kelly em Sinfonia em Paris, em 1952. Sua morte, ocorrida a 11 de julho de 1937, vitimado por um tumor cerebral com apenas 38 anos de idade, foi uma perda irreparável para a música americana. Contudo, até hoje, o cinema e sua música são influenciados pelos arranjos e pelo legado de George Gershwin.


QUINCY JONES

    QUINCY JONES (nascido em 1933)

Um guru de enorme talento e influencia na música americana, Quincy Jones nasceu a 14 de março de 1933, em Chicago. Jones é mais conhecido como executivo da indústria fonográfica, produtor e compositor. Aos 10 anos, cantava em um quarteto gospel em Seatle, quando se torno arranjador de um jovem chamado Ray Charles, com quem mais tarde faria turnê.

Quincy Jones em seu estúdio nos anos 1970

A QUEIMA ROUPA (1967), criminal estrelado por Lee Marvin, recebeu os acordes do notável Mestre Quincy Jones. 

Depois de frequentar a Breklee School of Music, em Boston, tocou trompete com Lionel Hampton antes de se estabelecer em Paris, onde trabalhou como arranjador, maestro, e compositor durante seis anos. Produziu seu primeiro sucesso, It’s My Party, em 1963, e dois anos mais tarde, trabalhou com Sidney Lumet na trilha sonora para O Homem do Prego (The Pawnbroker, 1965), a primeira de três bem sucedidas parcerias.

O Ouro de Mackenna

NO CALOR DA NOITE (1967) e O OURO DE MACKENNA (1969), grandes sucessos de bilheteria, tiveram suas trilhas sonoras assinadas pelo Mestre Quincy Jones.

Foi responsável por outras trilhas memoráveis, entre elas a música sinistra de A Sangue Frio (Point Blank, 1967), No Calor da Noite (In the Heat of the Night, 1967), e no movimentado western O Ouro de Mackenna (Mackenna’s Gold, 1969). Com A Cor Púrpura (The Color Purple, 1985), Jones saciou um antigo desejo ao produzir um romance de Alice Walker. Quincy Jones ainda foi tema de um documentário, Listen Up, produzido em 1990.

MICHEL LEGRAND

   MICHEL LEGRAND (1932-2019)

Legrand é conhecido internacionalmente desde que colaborou com o cineasta de Novelle Vague Jacques Demy pela sua trilha sonora para Os Guarda Chuvas do Amor (Les Parapluies de Cherbourg), tremendo sucesso mundial em 1964. Filho prodígio do igualmente compositor de cinema Raymond Legrand (1908-1974), era estudante do Conservatório de Paris aos 11 anos de idade.

Os grandes temas de Michel Legrand


Cantor, autor de músicas e líder de banda antes de entrar para o cinema, Michel Legrand é conhecido pelo seu lirismo exuberante e romântico em suas trilhas, laureados pelos Oscars por The Windmills of Your Mind do filme Crown, o Magnífico (Crown, 1968), e pela trilha sonora de O Verão de 42 (Summer of 42, 1971), além dos arranjos e trilha para Yentl (1983), estrelado por Barbra Streisand.

Atlantic City

ATLANTIC CITY (1980) e CROW, O MAGNÍFICO (1968) são temas assinados pelo Mestre Michel Legrand.

Compôs para filmes ingleses, norte-americanos, e franceses. Incluem trabalhos como: O Mensageiro (1971), O Ocaso de uma Estrela (1972), e Atlantic City (1980)O Mestre Michel Legrand morreu a 26 de janeiro de 2019. 

RICHARD RODGERS

      RICHARD RODGERS (1902-1979)

Richard Rodgers foi o criador de muitos dos mais famosos musicais da Broadway e de Hollywood, inicialmente com letras compostas por Lorenz Art, e depois por Oscar Hammerstein II. Precisou de esperar o advento dos filmes sonoros para que este nova-iorquino nascido a 28 de junho de 1902 pudesse estrear no cinema, com Primavera de Amor (Spring Is Here, 1930).

A Mais Querida do Mundo

A MAIS QUERIDA DO MUNDO (1962) com Doris Day, e OKLAHOMA (1955) foram temas assinados pelo Mestre Richard Rodgers.

Em sua carreira, alternando com facilidade obras para o teatro e para o cinema, compôs muitas canções marcantes Isn’t It Romantic do filme Ama-me Esta Noite (Love-me Tonight, 1932), a vencedora do Oscar It’s Might As Well Be Spring, do filme Corações Enamorados (State Fair, 1945), além de canções para Dançarina Russa (On Your Toes, 1939), Sangue de Artista (Babs in Arms, 1939), e Os Gregos eram Assim (The Boys from Syracuse, 1940). Em 1953, Tom Drake e Mickey Rooney interpretaram respectivamente Rodgers e Lorenz Hart no filme Main Street to Broadway, dirigido por Tay Garnett.

Meus Dois Carinhos

MEUS DOIS CARINHOS e CARROSSEL, ambos de 1956, tiveram suas trilhas compostas pelo Mestre Richard Rodgers.

Seu incomparável currículo segue com Oklahoma (1955), Carrossel (1956), O Rei e Eu (1956), Meus Dois Carinhos (1956), No Sul do Pacífico (1958), Flor de Lotus (1961), e A Mais Querida do Mundo (1962). Foi agraciado com o grande sucesso de A Noviça Rebelde (The Sound of Music) em 1965. Richard Rodgers faleceu a 30 de dezembro de 1979. 

JULE STYNE

   JULE STYNE (1905-1994)

Sua família emigrou da Grã-Bretanha para os Estados Unidos quando ele era criança. Um prodígio no piano, nascido a 31 de dezembro de 1905 em Londres, já se apresentava com orquestras sinfônicas quando já tinha 8 anos de idade. Formou uma banda em 1922, e alcançou sucesso com a co-autoria de música Sunday.

Capa original do CD do filme GYPSY, trilha sonora composta pelo mestre Jule Styne

Na década de 1930, era professor de canto de estrelas como Shirley Temple. Logo passou a escrever músicas para os filmes de Hollywood, incluindo It’s Magic, para a estreia de Doris Day em Romance em Alto Mar (Romance on the High Seas), em 1948. Em 1947, trabalhou com Sammy Cahn na peça musical High Button Shoes. Mais tarde, com o letrista Leo Robin, escreveu Os Homens Preferem as Louras (Gentlemen Prefer Blondes, 1953). Seus trabalhos feitos em parceria com Betty Comden e Adolphe Green nos anos 50 continuam populares.

Capa original do CD do filme FUNNY GIRL - A GAROTA GENIAL, tema assinado pelo Mestre Jule Styne.

Ganhou o Oscar pela música título de A Fonte dos Desejos (Three Coins in the Fountain) em 1954. Styne era capaz de composições altamente efervescentes, como se percebe nas trilhas de Em Busca de um Sonho (Gypsy, 1962) e Funny Girl – A Garota Genial (Funny Girl, 1968). Jule Styne faleceu a 20 de setembro de 1994. 


LALO SCHIFRIN

   LALO SCHIFRIN (nascido em 1932)

Lalo Schifrin é pianista, arranjador, diretor e compositor argentino de música clássica, jazz e música popular que ficou famoso pelas suas composições de temas para seriados de televisão e também para o cinema. Entre os seus maiores êxitos estão composições de tema para os seriados Missão Impossível, Mannix e Dirty Harry, Bullit, entre outros, para o cinema, além de vários álbuns solos de músicas variadas.

Bullit

Considerado um Mestre da ação policial, Lalo Schifrin compôs para os filmes BULLIT (1969) e MAGNUM 44 (1973)

Lalo Schifrin nasceu em Bueno Aires, Argentina, a 21 de junho de 1932. Iniciou desde muito cedo seus estudos musicais incentivado principalmente pelo seu pai que era um violinista sinfônico. Em 1952 foi estudar no Conservatório de Paris e participou ativamente da vida jazzísticas das noites parisienses. Depois dos estudos retornou a sua terra natal, Buenos Aires, onde formou uma big band. Em 1956 conheceu o famoso trompetista Dizzy Gillespie e logo começou a escrever as canções para ele. Nessa mesma época ficou amigo do músico espanhol Xavier Cugat e também passou a fazer arranjos musicais. Com um bom currículo de trabalho, Lalo se mudou para Nova York em 1960 e se uniu ao quinteto de Gillespie para gravar Gillespiana que acabou fazendo um grande sucesso e passou a ser o diretor musical de Gillespie até 1962.

Meu Nome é Coogan

MEU NOME É COOGAN (1968) e O HOMEM QUE BURLOU A MÁFIA (1973) são temas compostos pelo mestre Lalo Schifrin

Lalo se mudou para Hollywood na década de 1960, onde passou a fazer temas para os seriados de televisão e obteve um êxito estrondoso com as composições para a série Missão Impossível, The Big Valley, e Mannix. No Cinema, seus principais sucessos são para os filmes Rebeldia Indomável (1967), Meu Nome é Coogan (1968), Bullitt (1969), A Marca da Brutalidade (1972), e O Homem que Burlou a Máfia (1973)

FRANK De VOL

  FRANK De VOL (1911-1999)

Filho de um músico dono de uma orquestra que tocava em um cinema, Herman Frank DeVol (as vezes creditado apenas como DeVol) nasceu a 20 de setembro de 1911, no Oeste de Virginia. Seus pais queriam que ele fosse um advogado, mas ele queria uma carreira musical. De Vol era membro do sindicato dos músicos desde a idade de 14 anos e trabalhou para seu pai na orquestra que ele dirigia na sala de cinema. Seus instrumentos foram violino, e o saxofone, em primeiro lugar.

Capa do CD do filme OS DOZE CONDENADOS (1967), com trilha sonora assinada pelo Mestre Frank De Vol.

Após vários trabalhos com bandas e também na rádio, seja compondo músicas ou fazendo arranjos, ele se integrou no cinema para fazer composições para grandes filmes. Em 1955, Frank De Vol inicia a primeira colaboração com Robert Aldrich no filme O Beijo Fatal (Kiss Me Deadly- 1955). Os filmes entre a colaboração com De Vol/Aldrich: Que Teria Acontecido a Baby Jane? (What Ever Happened to Baby Jane?, 1962), Os Doze Condenados (The Dirty Dozen, 1967), O Imperador do Norte (Emperor of The Nort Pole, 1973), Golpe Baixo (The Longest Yard, 1974), Cidade dos Anjos (Hustle, 1975), Os Rapazes do Coro (The Choirboys, 1977), O Rabino e o Pistoleiro (The Frisco Kid, 1979) e Garotas Duras na Queda (…All the Marbles, 1981), o último filme de Robert Aldrich.

Capa do Cd O IMPERADOR DO NORTE

No Brasil tornou-se muito popular o tema The Fuzz, composta por DeVol originalmente para o filme Acontece Cada Coisa (The Happening, 1967) e utilizada na abertura do Jornal Nacional pela Rede Globo de Televisão até hoje. Frank DeVol faleceu a 27 de outubro de 1999. 

ANGELO FRANCESCO LAVAGNINO

ANGELO FRANCESCO LAVAGNINO (1909-1987)

Um compositor pouco conhecido, mas que ao se assistir alguns épicos peplum (os populares Sandálias & Espadas) com certeza já ouviu suas composições ou, ao menos, viu seu nome nos créditos de abertura. Lavagnino nasceu a 22 de fevereiro de 1909, em Genova, Itália. Formou-se em violino e se aperfeiçoou nas composições de Giuseppe Verdi, de quem teve grande influência, no Conservatório de Milão. Lavagnino merece um lugar especial na música de cinema por sua contribuição também para os documentários e cine-jornais italianos. Segundo o compositor, o principal colaborador de um musico não é o diretor da orquestra, e sim o engenheiro de som, e Lavagnino muito realizou assumindo este papel.

Angelo Francesco Lavagnino creditado em inúmeros épicos "Espadas e Sandálias"

Conhecido pelos fãs dos épicos peplums, o italiano Angelo Francesco Lavgnino assinou a trilha de uma das mais famosas versões do livro de Bulwer Lytton: OS ÚLTIMOS DIAS DE POMPÉIA, (1959), estrelada por Steve Reeves.

Perito em música clássica, Lavagnino chegou a escrever um concerto para violino e orquestra, e até uma missa para coro e orquestra. Ele começou a compor para o cinema em 1951, para o diretor Orson Welles a obra Othelo. Desde então, ele escreveu música para centenas de filmes, entre os quais: Meu Filho Nero (1956), A Maja Desnuda (1958), Os Últimos Dias de Pompeia (19598), A Vênus Imperial (1960), O Colosso de Rhodes (1960), Esther e o Rei (1960), A Revolta dos Escravos (1961), Os Dez Gladiadores (1963). Morreu em 21 de agosto de 1987.

ALAN SILVESTRE

ALAN SILVESTRI (nascido em 1950)

Nascido em Nova York a 26 de março de 1950, Silvestri recebeu várias indicações ao Oscar, entre as quais por Melhor Composição em Forrest Gump – O Contador de Histórias, em 1994. É amigo pessoal do produtor e cineasta Robert Zemeckis, com quem tem uma parceria de sucesso desde 1984.

De Volta Para o Futuro

DE VOLTA PARA O FUTURO I e FORREST GUMP são sucessos cujas trilhas foram assinadas pelo Mestre Alan Silvestri.

Para Zemeckis, Silvestri compôs para muitos sucessos da década de 1989 e 90, indo estendendo até hoje. Os principais são: Em Busca da Esmeralda (Romancing the Stone, 1984), De volta para o Futuro (Back to the Future, 1985), Uma Cilada para Roger Rabbit (Who Framed Roger Rabbit, 1988), De volta para Futuro II (Back to the Future II, 1989), De volta para o Futuro III (Back to the Future III, 1990), Forrest Gump- O Contador de Histórias (Forrest Gump, 1994). 

VANGELIS

    VANGELIS (1943-2022)

Nascido em Vólos, Grécia, a 29 de março de 1943, Vangelis começou a compor desde os quatro anos de idade, tornando-se um grande autodidata da música. O músico recusou as tradicionais aulas de piano, e durante sua carreira não tinha muito conhecimento para ler ou escrever partituras. Estudou música clássica, pintura e direção na Academia de Artes em Atenas.

O clássico BLADE RUNNER, O CAÇADOR DE ANDRÓIDES (1982) teve tema assinado pelo Mestre Vangelis. 

Vangelis iniciou sua carreira como compositor de cinema escrevendo temas para dois filmes do cineasta francês Frederic Rossif em 1973.  Quando se mudou para Londres, Vangelis firmou contrato com a RCA Records, montando seu próprio estúdio (Nemo Studios), começando a gravar uma série de álbuns respeitados de música eletrônica, sendo considerado por isso um grande percursor. 

A Conquista do Paraíso

1492, A CONQUISTA DO PARAÍSO (1992) e ALEXANDRE (2004), trilhas sonoras assinadas pelo Mestre Vangelis.

No início da década de 1980, introduziu-se em parceria com o cineasta Ridley Scott, assinando temas como o clássico Blade Runner, O Caçador de Andróides (1982) e 1492 - A Conquista do Paraíso (1992). Alguns dos documentários submarinos de Jacques Cousteau também levam a composição de Vangelis. Em 1992, a França o condecorou como Chevalier Order of Arts and Letters. Em 2001, lança Mythodea (mais orquestral que eletrônico) que foi escrita em 1993 e depois foi usada com tema pela NASA nas missões a Marte. Em 2004 lançou um CD com a trilha sonora do filme Alexandre de Oliver Stone. Vangelis estava hospitalizado na França a receber tratamento para a COVID-19, quando morreu em 17 de maio de 2022, aos 79 anos.

CHARLES CHAPLIN

     CHARLIE CHAPLIN (1889-1977)

O maior artista que já pisou na terra, Chaplin foi ator, diretor, produtor, roteirista e compositor, um ícone inolvidável na Sétima Arte. Nascido em 16 de abril de 1889, em Londres, Chaplin notabilizou-se como um comediante que sabia dosar com risos e ao mesmo tempo levar as lagrimas com toda sua emoção. Sua vida foi marcada com grandes acontecimentos, mas o que importa de fato é o seu legado artístico que até hoje, inesgotavelmente, atrai admiradores e amantes de cinema em todo mundo. 

Chaplin, um artista completo!

A música de Charles Chaplin

Como mestre na arte da composição, ele mesmo compôs para muitos de seus famosos filmes, entre os quais Tempos Modernos (1936), Luzes da Cidade (1931), e curtas como Vida de Cachorro (1918) e O Pastor de Almas. Em 1940, compôs para O Grande Ditador, um de seus inolvidáveis clássicos, e em 1952 para Luzes da Ribalta. A última composição do Mestre Chaplin para o cinema foi para A Condessa de Hong Kong, seu último filme, com Marlon Brando e Sophia Loren, em 1967. Charlie Chaplin morreu no dia de natal, a 25 de dezembro de 1977, aos 88 anos.

Esta matéria foi originalmente publicada no extinto blog “Filme Antigos Club – A Nostalgia do Cinema” em julho de 2013.O artigo presente foi atualizado para sua leitura e apreciação nesta coluna. Paulo Telles é radialista (DRT 21959 RJ) e foi apresentador entre 2018 a 2022 do programa “Cine Vintage”, levado ao ar pela extinta Web Rádio Vintage, justamente voltado para as trilhas sonoras sobre cinema e seus grandes mestres. 











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