|
Divulgação |
Em
1943, os nazistas ocuparam a Ilha de Navarone, localizado no Mar Egeu, com o
intuito de bloquear as forças inglesas infiltradas em Kheros, perto da Turquia.
Na Ilha de Navarone, foi instalado, em alto penhasco, dois potentes canhões
para destruir os navios aliados. Sob o comando do Major inglês Roy “Lucky”
Franklin (Anthony Quayle, 1913-1989), forma-se uma unidade de sabotagem
encarregada de penetrar na ilha e arrasar a fortaleza inimiga.
|
Gregory Peck é o Capitão Keith Mallory, um ex- alpinista. |
|
Peck como Mallory, e seus colegas Brown (Stanley Baker) e Miller (David Niven) |
|
Anthony Quinn como Andrea Starvos, membro da Resistência Grega, ótimo matador. |
Além
do inglês Franklin, participam da arriscada missão o ex-alpinista americano,
Capitão Keith Mallory (Gregory Peck, 1916-2003); um membro da Resistência
Grega, Andrea Starvos (Anthony Quinn, 1915-2001); um especialista em
explosivos, o cabo inglês Miller (David Niven, 1910-1983); o telegrafista e
atirador de elite Brown (Stanley Baker, 1928-1977); e um jovem grego perito em
matar, o soldado Spyros Pappadimos (James Darren, o Tony Newman da série de TV O Túnel do Tempo). Ao longo do caminho,
juntam-se ao grupo, Maria Pappadimos (Irene Pappas, 1929-2022), irmã mais velha do soldado
Spyros, e Anna (Gia Scala, 1934-1972), uma jovem grega torturada pelos
nazistas. Quando o major Franklin é
ferido, o capitão Mallory assume o comando, surgindo tensões entre este e o cabo
Miller, especialmente quando tomam conhecimento de que há um traidor entre eles.
|
Stanley Baker é Brown, telegrafista do grupo e matador de elite. |
|
James Darren é o soldado Spyrus Pappadimus, um perito em matar. |
|
Irene Pappas é Maria Pappadimus, que pertence a Resistência Grega. |
Assim
inicia a energética aventura de OS CANHÕES DE NAVARONE (The Guns of Navarone,
1961), uma das mais populares ações de guerra já realizadas para o cinema, com
merecidos 13 milhões de dólares arrecadados só no mercado norte-americano desde
sua estreia, em 1961. Os Canhões de
Navarone mostra o cotidiano de um grupo de seis oficiais e soldados aliados
que recebem uma missão tida por todos como impossível e suicida: chegar a ilha
grega de Navarone dominada pelos nazistas, e destruir os poderosíssimos,
moderníssimos, gigantescos canhões que dominam toda uma área do Mar Egeu e não
permitem a passagem por ali dos navios aliados. O Comando tem prazo curtíssimo
para executar a tarefa: dentro de seis dias, os nazistas invadirão outra ilha
da região onde há dois mil soldados ingleses; para que eles possam ser
retirados de lá dentro do prazo, Os
Canhões de Navarone terão que ser destruídos antes do sexto dia.
|
O Produtor e Roteirista Carl Foreman, dialogando com o diretor J. Lee Thompson e o ator David Niven. |
|
Brown (Stanley Baker), Spyrus (James Darren) e Miller (David Niven) |
|
Anna (Gia Scala), que pertence a Resistência, sentada à mesa com Spyrus (James Darren), Miller (David Niven) e Mallory (Gregory Peck) |
Escrito
e produzido por Carl Foreman (1914-1984), o célebre roteirista de Matar ou Morrer (1952) e A Ponte do Rio Kwai (1957), o espetáculo
dirigido por J. Lee Thompson (1914-2002) foi rodado nas locações da Ilha de
Rhodes, na Grécia, concorrendo para o Oscar (inclusive de melhor filme), mas
acabou arrebatando a estatueta de melhores efeitos especiais. Em realidade, uma
premiação muito justa, tendo em vista a estrepitosa galeria de cenas de combate
e explosões (efeitos, para sua época, muito impressionantes). Mas para isso, foram necessários dois anos de filmagem para levar
para as telas o magnífico Best Seller (publicado
em 1957) do consagrado Alistair MacLean (1922-1987), o mesmo autor de O Desafio das Águias e Estação Polar Zebra, dois de seus romances que
também viraram filmes. MacLean ainda daria uma sequencia literária para a saga
de Navarone, Comando 10 de Navarone (Force 10 to Navarone), publicado em 1968
e que somente dez anos depois seria trasladado para o cinema, sob a direção de
Guy Hamilton, com Robert Shaw no papel de Mallory e Harrison Ford como Barnsby.
|
Anthony Quinn em um show de interpretação, como Andrea Starvos, prestes a dar um bote contra os nazistas. |
|
O Cabo Miller (David Niven), o Capitão Mallory (Gregory Peck) e o aventureiro grego Andrea Starvos (Anthony Quinn): Uma missão suicida. |
|
Os aventureiros sabotadores, com a missão de destruir OS CANHÕES DE NAVARONE (1961)
|
O elogio maior que se pode e deve fazer para OS CANHÕES DE NAVARONE é o espectador
não sentir sua longa projeção (155 minutos), onde acompanha com atenção e
interesse todo o desenvolvimento da trama. Por natureza, pode ocorrer como em
tantas obras primas do cinema, algum tipo de deficiência em sua realização, o
que não impede que ele constitua num entretenimento válido para aqueles que
apreciam as dramáticas aventuras sobre a II Guerra Mundial. Narrando uma
história que em realidade acaba cedendo à ficção, esta é suplantada com
frequência inverossímil e fantasiosa, fazendo com que o espectador aceite o
comportamento dos personagens como eles são narrados e apresentados para o
agrado do público.
|
Os canhões que precisam ser destruídos. |
|
O Cabo Miller (David Niven) descobre um traidor no grupo. Quem será? |
|
Com a missão cumprida, Mallory (Peck) e Miller (Niven), enfim, resgatados no mar. |
Tudo
porque os efeitos especiais que causaram tanta sensação em sua época hoje estão
óbvios e obsoletos. Fica difícil o público de hoje não achar meio
ridícula as cenas com miniaturas, com efeitos artificiais, cenas pintadas que eram
colocadas em cima de outras, realmente fotografadas, e alguns cenários
obviamente feitos em estúdio. Por outro lado, grandes estruturas como o próprio
canhão tiveram que ser realmente construídas, que se realizados hoje, seriam
feitos por meio de computação digital. Algumas cenas foram realmente perigosas,
como a tempestade no mar, que foi feita em estúdio, mas as ondas eram tão
fortes que David Niven quase morreu afogado, ou feitas em locação, como a
escalada do penhasco, realizada em parte por estúdio e em locação. O curioso é
que não chovia quando rodaram. A chuva foi colocada depois com uso de truques.
|
O grupo chega à Grécia. |
|
Jensen (James Robertson Justice), representante do Governo Britânico, o Major Franklin (Anthony Quayle), comandante oficial da missão, e Mallory (Gregory Peck). James Robertson Justice também foi o responsável pela narração inicial. |
|
Os Canhões de Navarone, um espetacular filme bélico! |
Contudo, apesar de ser uma história fascinante, não se trata
de um evento real. Não existe a Ilha de Navarone, nem a história é baseada em
fatos verossímeis, mas sim de um dado real. A Inglaterra realmente trabalhou com
pequenos comandos, grupos treinados para missões especificas, realmente houve
uma resistência grega formada por guerrilheiros, mas eram divididos entre os
comunistas e os de Direita, que nunca se entenderam. A Grécia antes da Guerra era uma ditadura, até a Itália
resolver invadi-la. Foi
apenas vagamente inspirado numa batalha famosa que foi a de Leros. Mas, de
resto, é ficção. É a primeira das grandes aventuras bélicas com elenco
internacional. Carl Foreman, pela sua própria formação, não era capaz de
escrever uma mera aventura sem trazer uma mensagem, uma moral. Na época de seu lançamento, foi
criticado por apresentar recados contra a guerra (que curiosamente hoje mantém
o filme atual e superior a outros). Fala da futilidade da guerra, de como os
dois lados sempre perdem, discute a necessidade ou validade dos delatores e a
traição (um tema importante para Foreman, já que ele foi delatado como
comunista nos inquéritos do governo durante a época do Caça às Bruxas). O que poucos percebem, entretanto, é a pretensão do roteiro
de ser uma versão moderna da história mitológica de Jasão e os Argonautas (Os Canhões em si equivalentes ao
mito do Minotauro), e com toques de Édipo, pretenciosamente chamada de A Lenda de Navarone.
|
O diretor J. Lee Thompson. Um cineasta injustiçado. |
|
Divulgação |
|
A atriz inglesa de origem italiana Gia Scala, que morreu prematuramente em 1972. |
Foi o chefe da Columbia na época, Mike Frankovich
(1909-1992), que encaminhou para Carl Foreman
o projeto. Foreman, a princípio, contratou o diretor inglês de comédias Alexander
MacKendrick para dirigir o filme. Mas os atores não o aceitaram e MacKendrick foi
mandado embora. Gregory Peck tinha direito a aprovar o diretor que quisesse e
acabou selecionando outro britânico, J. Lee Thompson, achando que este mostrava
sensibilidade e capacidade para cenas de ação (como o fez em Sangue Sobre a Índia, com Lauren
Bacall). De fato, Lee Thompson é subestimado até hoje e não figura entre os grandes diretores do século XX. Em todas as entrevistas e
documentários a respeito do filme, o elenco é unânime em elogiar a competência do cineasta, habilidade em conduzir atores, e seu método de ensaiar de manhã
durante umas três horas, fazendo as marcações e explicando tudo para os astros.
|
James Darren, David Niven, Gia Scala |
|
Gregory Peck e Anthony Quayle |
|
Irene Pappas |
No elenco, vale mencionar a participação breve de Richard
Harris (1930-2002) como Barnsby, um oficial aliado, personagem que teria maior
destaque na sequencia da aventura em Comando 10 de Navarone, aqui vivido por
Harrison Ford. A grega Irene Pappas e a inglesa de origem italiana Gia Scala (atriz prematuramente
falecida em 1972) participam de um elenco quase todo masculino, como duas
integrantes da resistência que colaboraram com os aventureiros sabotadores. Em
destaque, além da fotografia do especialista Oswald Morris (1915-2014), ainda tem o
marcante comentário musical do Mestre Dimitri Tiomkin (1899-1979), o mesmo
compositor de Matar ou Morrer a quem Carl Foreman confiou um de seus scores
mais elaborados e criativos. Os Canhões de Navarone estreou nas salas cariocas
em setembro de 1962, e até os dias de hoje, apesar dos efeitos especiais já estarem ultrapassados, é graças ao seu enredo de exuberante aventura que a obra de J. Lee Thompson figura entre um dos maiores espetáculos de ação já produzidos sobre a II Guerra Mundial, a exemplo de Os Doze Condenados (1967) e O Desafio das Águias (1968).
|
Richard Harris, em breve participação |
|
Gregory Peck e David Niven |
|
O Fotógrafo Oswald Morris (de óculos), acompanhando os ângulos para as filmagens, com o diretor J. Lee Thompson e Gregory Peck. |
|
A divulgação do filme nos jornais cariocas. OS CANHÕES DE NAVARONE estreou nos cinemas do Rio de Janeiro em 7 de Setembro de 1962.
|
|
POSTER |
OS CANHÕES DE
NAVARONE
(THE GUNS OF
NAVARONE)
País – Estados
Unidos/Inglaterra
Gênero –
Aventura/Guerra
Ano de Produção –
1961
Direção: J. Lee
Thompson
Produção: Carl
Foreman, Leon Becker, e Cecil Ford, para a Colúmbia Pictures.
Roteiro: Carl
Foreman, baseado no livro de Alistair MacLean.
Fotografia- Oswald
Morris, em Cores
Música- Dimitri
Tiomkin
Metragem – 155
minutos
|
Poster Original |
ELENCO
Gregory Peck –
Capitão Keith Mallory
David Niven – Cabo
Miller
Anthony Quinn –
Andrea Starvos
Stanley Baker – Brown
Anthony Quayle –
Major Roy “Lucky” Franklin
James Darren –
Soldado Pappadimos
Irene Pappas – Maria
Pappadimos
Gia Scala – Anna
James Robertson
Justice – Jensen/Narrador
Richard Harris –
Barnsby
Bryan Foris – Corby
Allan Cuthbertson –
Baker
Percy Herbert –
Sargento Grogan
Walter Gotell –
Muesel
Tutte Lemkow –
Nicolai
Albert Lieven – Comandante
Norman Wooland –
Capitão do Grupo
Victor Beaumont –
Oficial Alemão
Wolf Frees – Rádio
Operador
Bob Simmons – Soldado
Alemão em Navarone
Nenhum comentário:
Postar um comentário