sábado, 16 de setembro de 2023

Planeta dos Macacos: O Livro e a Franquia Clássica de Cinco Filmes (1968 a 1973)



 O PLANETA DOS MACACOS (Planet of the Apes) de 1968, revolucionou não somente a Ficção Científica como também a própria história do cinema. Não foi por menos: além da saga que levou muitos aficionados do gênero às salas de projeção em todo mundo, também originou mais quatro longas metragens, uma série de TV live action, uma série em desenhos animados, Histórias em Quadrinhos, um Remake não bem sucedido dirigido por Tim Burton em 2001, e uma nova franquia de filmes Reboot recentes que tem feito sucesso desde 2011. 
Aqui serão apenas abordados os cinco filmes clássicos da antiga franquia produzidos entre 1968 a 1973, sendo Charlton Heston (1923-2008) o herói inaugural de toda esta saga. Esta matéria foi trabalhada sob a supervisão do Sr. Luíz Saulo Adami, autoridade perita no assunto.

Paulo Telles.

PLANETA DOS MACACOS: Uma saga que atravessa décadas!

O PLANETA DOS MACACOS 
COMO TUDO COMEÇOU.

       Livro, Roteiro e os
Cinco Filmes Clássicos.

Edição Brasileira do livro de Pierre Boule, tendo a figura de Charlton Heston como ilustração

Richard Darryl Zanuck (1934-2012), filho do lendário chefe da 20ª Century Fox Darryl Zanuck (1902-1979), foi o único produtor executivo de Hollywood a acreditar no projeto de Arthur Jacobs (1922-1973) de levar ao cinema o romance do francês Pierre Boulle (1912-1994) La Planete des Singes. O livro foi um estrondoso sucesso de vendas, inclusive nos Estados Unidos, mas os produtores de diversos estúdios pareciam não ter nenhum interesse de filmar uma história que pudesse ser na visão para eles tão “pessimista”, vista que a trama trata do holocausto da Humanidade.

Pierre Boulle
Contudo, levar um filme baseado em uma obra literária não é fácil, já que literatura e cinema são duas expressões artísticas bastante diferentes. A primeira lida com as linhas e a palavra escrita a partir da imaginação do leitor. Já o cinema manipula com imagens em movimento. Logo, o primeiro desafio de um roteirista ou argumentista é de adaptar corretamente um trabalho literário para o cinema e conseguir transformar em um bom filme, tão bom ou melhor que o livro, mas isso não é uma tarefa fácil. Geralmente, os adeptos da leitura tendem a dizer que “gostam mais do livro” ou que “o livro é melhor do que o filme”, e isso se torna uma das piores frases que um cineasta pode ouvir, e nada é mais frustrante para quem se dedica a dirigir ou produzir uma obra cinematográfica baseada em uma obra literária.

Ilustração de uma edição do livro em francês.

Em primeira mão, o roteiro apresentava os astronautas chegando aos arredores de uma grande cidade, com todos os aspectos de Nova Iorque. Edifícios grandiosos, carros, supermercados, ruas, avenidas, casas de família, tudo igual. O que diferenciava é que os habitantes seriam não seres humanos, mas macacos, e os seres humanos não passariam de animais de estimação, escravos ou cobaias.

Ilustração

Ilustração

No livro de Pierre Boulle, a história começa casualmente, quando dois tripulantes de uma nave encontram uma garrafa vagando pelo espaço, e dentro desta, havia uma mensagem. Era a história de um astronauta chamado Ulysse Merou (uma alusão a Ulisses, da mitologia grega) do século XXVI. Ulysse conta todos os momentos de desespero a partir do dia em que aterrissou num estranho planeta governado por símios inteligentes, onde o homem não passava de uma fera. Toda estrutura deste planeta era a mesma da Terra, com apenas uma angustiante diferença de que os homens eram escravos e zumbis de gorilas, chimpanzés, e orangotangos.

Ilustração

Depois de passar por várias dificuldades, Ulysse Merou encontra um pouco de paz ao conhecer Zira e Cornelius, dois simpáticos chimpanzés-cientistas. Através de pesquisas arqueológicas e antropológicas, os três descobrem que o planeta era governado primeiramente pelos homens, e estes mesmos criaram o seu próprio fim.

Ilustração

De acordo com o romance original, Ulysse é uma ameaça para os macacos. Em vista disso, ele resolve fugir na sua nave espacial com sua nova companheira. Com gritos de alegria, Ulysse volta a Terra e, principalmente, a sua amada Paris. Enquanto vibra de felicidade e chora emocionado, sua companheira Nova grita de pavor, pois ela acabara de ver um carro dirigido por um chimpanzé. Ulysse foge. A garrafa é o seu último e dramático pedido de socorro. Os dois astronautas acabavam de ler esta mensagem, e sorriem um para o outro, e um deles diz: “Isso só pode ser uma piada. Não existem homens inteligentes”. Assim termina o livro de Boulle.

Charlton Heston: o herói inaugural da saga

No filme, Ulysse vira o capitão George Taylor (Charlton Heston, 1923-2018), astronauta, homem individualista e cínico, que não acredita em nada a não ser nele mesmo. Mas, com o decorrer das atribulações, ele vê o quanto pode ser vulnerável e choca-se ao encontrar o Planeta dos Macacos e descobrir que foi a sua própria raça humana que destruiu o planeta.

O filme de 1968

Um dos únicos paralelos entre o filme e o livro é a parte que toca os símios. No livro, Boulle conseguiu através da narração projetar uma intensa carga de humanismo nos macacos, fazendo assim que o leitor esquecesse a real situação. No filme, através da maquiagem, o espectador esquece de que são atores interpretando macacos, devido também a excelente atuação deles, principalmente de Roddy McDowall, Kim Hunter e Maurice Evans.

Rod Serling
Rod Serling (1924-1975), o criador e anfitrião da série clássica de TV Além da Imaginação, foi escalado para redigir o roteiro, mas para isso, ele entrou em contato com uma equipe que se dedicava à produção de filmes com elefantes indianos, e foi esquematizando cena por cena o seu script.  Entretanto, a tal equipe depois rejeitou em ajudar Serling devido à “população de macacos que teria de aparecer”. Blake Edwards (1922-2010) entrou em contato com Serling e se propôs a dirigir e produzir o filme.  Mas o roteiro foi ficando muito extenso e certamente o custo não seria inferior a 100 milhões de dólares, e isto sem contar que uma “população de macacos” exigiria de atores e figurantes a se vestirem como tais, além da “cidade dos macacos”, que teria de ser edificada e o custo também não seriam dos mais baratos.

Arthur P. Jacobs
Arthur P. Jacobs  uniu-se a Serling e percorreu diversos estúdios de Hollywood e fora dela, em outros países, para buscar apoio, mas ambos fracassaram na empreitada. Jacobs sugeriu que reescrevesse o roteiro, onde se pudesse pensar numa sociedade “metade primitiva, metade civilizada”. Desta vez, funcionou.

Michael Wilson
Segundo Serling, a adaptação que ele fez foi livre do romance original. Jacobs e Serling mantiveram contato durante certo período, mas depois o roteiro foi passado para Michael Wilson (1914-1978), que por sua vez mudou a ambientação (de uma cidade do século XX para uma cidade troglodita) e retirou todo o diálogo de Serling e fez o seu próprio. Wilson fez com que seu script fosse uma “sátira da raça humana”, e de suas atitudes na sociedade. Para Wilson, O Planeta dos Macacos não era uma Ficção Científica, pois “quem ri do macaco, está rindo do seu próprio modo de ser”.

Capa de uma revista em quadrinhos, editado  no Brasil pela Blochinho Editora

No caso de O Planeta dos Macacos de 1968, um grande número de pessoas saiu impressionada das salas de projeção. Houve quem discutisse sobre se o filme superava o livro, mas em grande parte, chegavam à conclusão que o livro era melhor, e nada seria realmente mais natural, pois o romance atinge o leitor de modo mais pessoal, sugerindo a ele ao invés de dramaticidade, formar seu próprio universo. No filme, as imagens estão na tela, em movimento, com largura e comprimento, mas sem profundidade. As imagens não podem ser modificadas conforme o desejo do espectador. O cinema é lindo e emocionante, alegre e dramático, mas não é orgânico.

Roddy McDowall e o diretor Franklin J. Schaffner 

Além do roteiro brilhante de Wilson, a grande diferença entre os dois trabalhos é de que o livro tratava tanto de Ficção Científica quanto de fantasia, e o filme é, ao mesmo tempo, Sci Fi e uma trama de aventuras.

Maquiagens para os "macacos" Roddy McDowall e Maurice Evans


Os Primeiros Testes de cena
e Maquiagens

Charlton Heston encontra o amigo Edward G. Robinson durante os preparativos para as filmagens
Os primeiros trabalhos exigiam que fossem feitos testes de cena. O primeiro apontado para um dos papéis principais foi o sensacional Edward G. Robinson (1893-1973) no papel do Dr. Zaius, e Charlton Heston como o astronauta George Taylor. Numa questão de meses, se desenvolveu todo o processo de maquiagem dos macacos, criando um guarda-roupa e edificando a “cidade dos macacos”, num terreno da 20ªCentury Fox.

John Chambers, maquiador
John Chambers (1922-2001) foi o responsável pelo processo de maquiagem dos atores para se caracterizarem de macacos, e convenhamos, foi um processo revolucionário, pois nunca antes o cinema havia avançado no setor dos Make-up.  Esta novidade e avanço rendeu a Chambers, merecidamente, um Oscar honorário pelo desenvolvimento do design da maquiagem, mas ao mesmo tempo, dor de cabeça para os atores que tinham que se vestir como símios. Precisavam em média de 5 horas para a aplicação e três para a retirada das máscaras, aplicada em etapas diferentes: cabelos, focinho, queixo, e orelhas. Quando a produção do primeiro filme já estava bem adiantada, era possível encontrar desenhos de maquiagens prontos, como a dos chipanzés, gorilas, e orangotangos. Com o tempo, a aplicação foi evoluindo, e tudo podia ser feito em 3 horas e meia.

Kim Hunter

Processo de maquiagem de Kim Hunter

O processo de maquiagem de Kim Hunter, para virar Drª Zira

A maquiagem mais flexível era a de Kim Hunter (1922-2002), que exigia um tratamento adicional, ficando o mais delgada possível para não atrapalhar os movimentos. Depois veio a maquiagem de Roddy McDowall (1928-1998). Edward G. Robinson retirou-se do cast pois não se adaptou a maquiagem e passou mal, e em seu lugar entrou Maurice Evans (1901-1989), que não diferentemente, esbarrou com dificuldade em relação aos lábios superiores de seu personagem, o Dr. Zaius. Todo o seu diálogo foi dublado em estúdio.

Roddy McDowall

Roddy McDowall pronto para maquiagem

Processo de maquiagem para Roddy McDowall

Roddy McDowall costumava dizer que trabalhar em Planet of the Apes foi um “sacrilégio tanto físico quanto mental”. E ainda dizia mais: “Tenho que me conscientizar de que sou um macaco e, como tal, andar arrastando os pés, meio curvado. A maquiagem é pesada, incômoda, e impede que os movimentos faciais sejam feitos com naturalidade, exigindo um esforço maior de minha parte. Para que o resto do meu corpo fique parecido com a de um macaco, no meu caso um chipanzé, tinha que vestir uma pesada espécie de macacão. Agora. Imaginem vocês o calor que eu tinha que suportar embaixo de toda aquela indumentária? E ainda, tomar sucos de canudinho?” – disse Roddy depois das filmagens. O ator chegou a perder quatro quilos em apenas uma semana, e o filme fora rodado em parte no verão americano.

A transformação de Roddy McDowall

O maquiador John Chambers disse a respeito de todo o processo de maquiagem: “Tínhamos três turmas que trabalhavam na maquiagem em tempo corrido, revezando-se, e trabalhando com a borracha, porque borracha não é como uma operação de máquina de perfurar, onde você tem tudo perfurado em sequências. Tudo é feito por sensibilidade artística”. O trabalho de  Chambers rendeu a ele uma citação do Guinness Film, que é o livro de recordes do cinema: o maior orçamento já destinado para um trabalho de maquiagem cinematográfica – Um Milhão de Dólares, isto é, 17% do custo total da produção, onde reuniu 78 profissionais de maquiagem. 

A cidade dos macacos!

                                      A CIDADE DOS MACACOS
             CENÁRIOS E LOCAÇÕES.

Surgiu um problema para a produção. Para filmar uma cidade, seria necessário fazer filmagem de locação. Logo, daria bastante trabalho da equipe de produção afastar curiosos ou então proteger os menos avisados que levariam um tremendo susto ao ver símios andando pelas ruas.

Para solucionar estes pequenos e até hilários problemas, teriam que filmar nas primeiras horas da manhã e ainda preparar um grande aparato para afastar pessoas estranhas ou impedir que alguns moradores aparecessem nas filmagens.

Poster Original

Com a finalidade de fazer uma cidade, estaria fora de cogitação fazer uma cidade qualquer, logo foi começado a surgir ideias. Em vez de modernas construções, os arquitetos da Fox resolveram pensar como macacos, e deste soberbo esforço de imaginação, surgiu A Cidade dos Macacos, e todos os edifícios, desde construções particulares até importantes museus do governo e centros científicos foram moldados em uma maquete para a apreciação dos produtores. A cidade parecia mais uma montanha rochosa escavada pela erosão. E isso tudo construído num terreno da 20th Century-Fox. Para ter uma ideia da enorme importância da Cidade dos Macacos, o pessoal de Hollywood o alcunhou como Century City (a cidade do século), pois nunca um cenário para um filme fora construído com grande trabalho e proporção ao longo de toda a história da Sétima Arte.

Os astros Maurice Evans, Charlton Heston, Kim Hunter, Linda Harrison (sentada na perna de Roddy McDowall), e membros da equipe técnica
As cenas externas, como o deserto do leste, a Zona Proibida (que foi a caverna descoberta pelo arqueólogo Cornelius), foram rodadas na região desértica de Utah, no Arizona (cenário considerado a “Terra de John Ford”, onde o cineasta realizou seus westerns considerados obras primas da Sétima Arte, como No Tempo das Diligências e Rastros de Ódio).

Divulgação do filme em cartaz no Brasil em 1968. 

                                            A FRANQUIA ANTIGA DE CINCO FILMES

1-O PLANETA DOS MACACOS
     Planet of the Apes (1968)

Charlton Heston como o astronauta George Taylor.

Dirigido com todo vigor pelo cineasta de Patton e Papillon, Franklin J. Schaffner (1920-1989), o filme inaugural da série clássica é uma espécie de “Viagem de Gulliver”, repleta de alusões, ironias políticas, e blasfêmias. O Coronel astronauta George Taylor (Charlton Heston) passa do mais alto avanço tecnológico à situação de homem das cavernas ao viajar a dois anos na velocidade da luz e descobrir um mundo dominado por símios, no qual os últimos remanescentes da raça humana são mantidos enjaulados ou empalhados em museus arqueológicos.

A Tripulação

Com sardônico humor, o filme imagina uma reviravolta ao evolucionismo, misturando Darwin e Jonathan Swift (autor de “As Viagens de Gulliver”), para provar que, por culpa da insensatez e ganância humana, chimpanzés, gorilas, e orangotangos, herdarão o reino da Terra.

O astronauta e cientista George Taylor (Charlton Heston) se vê em um estranho planeta, e acredita que pode levar alguma vantagem, contudo...

... ele logo é subjugado por símios...

... tratado brutalmente em todos os aspectos (Charlton Heston chegou a gripar após filmagem desta sequência)
Taylor é um homem individualista, frio e calculista. Ele deixou a Terra em 1972 para explorar o futuro. Avançando no futuro. Sua nave aterrissa num lugar muito parecido com a Terra, mas vê que o transporte é tragado pelas águas de um rio, levando o corpo de Stewart (Dianne Stanley), única mulher da tripulação morta durante a viagem devido a um escapamento de gás.

Cornelius (Roddy McDowall), Srª Zira (Kim Hunter) e Taylor (Heston)

Taylor conduzido a julgamento

"TIRE SUAS PATAS DE CIMA DE MIM SEU MACACO SUJO"
Taylor e seus colegas astronautas Landon (Robert Gunner, 1931-2001), e Dodge (Jeff Burton, 1925-1988) encontram humanos selvagens, e logo se envolvem numa caçada de gorilas. Taylor é ferido e levado à cidade dos macacos com um tiro na garganta, que o faz perder a fala. Zira (Kim Hunter) percebe se tratar de um caso excepcional da espécie humana e apresenta Taylor ao arqueólogo Cornelius (Roddy McDowall) que busca descobrir a verdade sobre as origens da civilização Símia.

Dr. Zaius (Maurice Evans) e Taylor

DIVULGAÇÃO

Divulgação

Taylor recupera a voz e se torna uma ameaça aos macacos, principalmente ao Dr. Zaius (Maurce Evans), um magistrado que já havia descoberto a origem da civilização símia, e que a raça humana era outrora dominante. Zaius fazia de tudo para ocultar este segredo dos símios.

Charlton Heston e Linda Harrison

Nova (Linda Harrison)

Zira e Cornelius se tornam renegados quando resolvem libertar o Coronel Taylor e sua companheira (ou fêmea na concepção dos macacos), a muda Nova (Linda Harrison), e todos se dirigem a Zona Proibida, onde Cornelius mostra a Taylor os achados. Ao analisar cada peça, o astronauta concluiu que, antes dos macacos, os seres humanos dominavam o planeta.

Taylor é julgado pelos macacos

Taylor reage e confronta os símios.

Taylor domina Dr. Zaius

Zaius aparece por lá, mas é rendido por Taylor, que exige a liberdade para si e para Nova, além de cavalos, arma, munição, e provisões.

Charlton Heston, de "cara limpa", com Linda Harrison

Taylor, Cornelius e Zira

A antológica cena que impactou a todos pelas salas de cinema em todo mundo!!!

É antológica a cena final. Na orla marítima, Taylor se depara com a Estátua da Liberdade, soterrada na areia. O astronauta cai de joelhos, chora de raiva e soca na areia, observada por Nova, espantada, que não entende aquele gesto.  Taylor acabava de descobrir que não estava em outro planeta, mas sim na própria terra, em sua própria casa, a dois mil anos no futuro.

O Planeta dos Macacos (1968)

O famoso "selinho" de Taylor e Zira
O primeiro filme é um espetáculo inteligente, rico em reflexões éticas, e também atraente como cinema de aventuras. Destaque para o “selinho” de despedida do Coronel Taylor na Drª Zira, motivando um pouco o ciúme do macaco Cornelius. Música de Jerry Goldsmith (1929-2004).

Charlton Heston e James Franciscus

2- DE VOLTA AO PLANETA DOS MACACOS
Beneath the Planet of the Apes (1970)

Continuação de O Planeta dos Macacos de 1967, repetindo nos papéis Heston como George Taylor, Linda Harrison como sua companheira Nova, Maurice Evans como o Dr. Zaius, e Kim Hunter como Zira. O arqueólogo Cornelius aqui desta vez é interpretado por David Watson (1940-2014), já que Roddy McDowall estava às voltas com sua estreia na direção de um filme na Inglaterra.

James Franciscus é o astronauta Brent, que vai procura pelo colega Taylor

James Franciscus

Depois de se perder na Zona Proibida em companhia de Nova (Harrison), o astronauta Taylor (Heston) é seguido por um colega, Brent (James Franciscus, 1934-1991), enviado para apurar seu paradeiro.

Brent encontra Nova (Linda Harrison), companheira do desaparecido Taylor, e com ela, Brent...

... onde encontram a Zona Proibida e são capturados pelos "Homens Bomba", que cultuam...

Descobrem a existência de mutantes nos subterrâneos de que outrora foi o metrô de Nova Iorque. Os macacos que dominam a superfície do planeta investem sobre os homens-toupeiras, os quais além de poderes telepáticos, ainda prestam culto a uma apocalíptica Bomba Atômica.

... A BOMBA ATÔMICA!!!

Brent e Nova encontram Taylor (Charlton Heston), então prisioneiro na Zona Proibida.

A exemplo do filme anterior, foi também criada várias versões para o roteiro desta sequência. O primeiro a cogitar-se foi escrito por Rod Serling, passando por Pierre Boulle, até chegar a Paul Dehn (1912-1976). Entre os não creditados no script, estão Serling (pelas primeiras ideias, algumas aproveitadas), Boulle (que involuntariamente deu a Arthur P. Jacobs o ponto de partida para o terceiro filme), o diretor Ted Post (1918-2013) que dirigiu esta sequência, e o ator James Franciscus, que interpreta aqui o personagem Brent, que escreveu uma versão própria em cima da hora, enviando para Mort Abrahams (1916-2009) e Jacobs, mas em vez de ajudar, os fez enfurecer.

A morte de Taylor

Finalmente, cerca de 56 das suas 60 páginas foram aproveitadas por Abrahams e Paul Dehn, que assinaram o roteiro e cujos nomes aparecem nos créditos deste filme.

3- FUGA DO PLANETA DOS MACACOS/
Escape from the Planet of the Apes (1971)

Fuga do Planeta dos Macacos

Dirigido por Don Taylor (1920-1998), teve o título inicial de Secret of Planet of the Apes (Segredo do Planeta dos Macacos), mas alterado e lançado como Fuga do Planeta dos Macacos – Escape from the Planet of the Apes, foi criado a trama de uma fuga de Zira (Kim Hunter novamente repetindo o papel), Cornelius (Rody McDowall, de volta) e Milo (Sal Mineo, 1939-1976), depois da explosão da Zona Proibida, onde morreram o Coronel Taylor, Brent, e Nova, durante um último confronto com os macacos, que ocorreu na Zona Proibida. Milo resgatou a nave de Taylor, estudou-a e a recuperou, fugindo com os amigos cientistas antes da destruição da Terra pela bomba dos mutantes.

Cornelius (Roddy ,McDowall) e Zira (Kim Hunter), desta vez no mundo dos humanos...

... e Zira notadamente uma vítima fatal.

Cornelius se adaptando a moda, com o Dr. Lewis Dixon (Bradford Dillman), de quem se tornou amigo.

Vindo a parar em Los Angeles de 1973, os três símios descobrem que suas raças são de meras atrações para os humanos, até se tornarem ameaças para o futuro da raça humana. Nem mesmo a proteção de dois esclarecidos psiquiatras de animais, Lewis Dixon (Bradford Dillman, 1930-2018) e Stefanie Branton (Natalie Trundy, 1940-2019) os livrará de ameaças e perigos de morte. Milo já havia morrido num acidente de laboratório. Zira e Cornelius haviam viajado no tempo para advertir a Humanidade sobre os riscos da destruição nuclear.

Cornelius e Zira são acolhidos amigavelmente por Armando (Ricardo Montalban), proprietário de um circo.

O bebê de Zira e Cornelius.

Armando (Ricardo Montalban,1920-2009) dono de um circo, fez o parto de Zira, que dá a luz a um macho, a quem batizam de Milo. Os filhotes de Zira e da macaca Heloise são trocados, e o falso filhote de Zira morre com ela e Cornelius, numa sequência considerada uma das mais emocionantes da série. Numa jaula do circo de Armando, o filhote dos macacos inteligentes, pronuncia sua primeira palavra: “mamãe”.

Zira e Cornelius, um destino trágico

Para este terceiro filme, o compositor Jerry Goldsmith fez uma paródia á sua própria trilha sonora de 1968. Rodaram-se cenas externas pelo centro e arredores de Los Angeles, e desta vez, a equipe de maquiadores (sob o comando de John Chambers) estava mais relaxada: apenas quatro atores para maquiar como macacos. 

A Conquista do Planeta dos Macacos

4-A CONQUISTA DO PLANETA DOS MACACOS
Conquest of the Planet of the Apes (1972)

O quarto filme, dirigido por J. Lee Thompson (1914-2002), foi lançado para mostrar a origem do Planeta dos Macacos. Quase vinte anos depois da morte de Zira e Cornelius, em 1991, um vírus espacial mata todos os cães e gatos do planeta Terra, e os homens passam a adotar macacos como animais de estimação, chegando a utiliza-los para pequenos serviços em regime de escravidão.

Armando (Ricardo Montalban) e César (Roddy McDowall), filho de Zira e Cornelius...

... que enfrentará o tirânico governador Breck (Don Murray)

A polícia os adestra a força. Armando (repetindo novamente o excelente Ricardo Montalban, do filme anterior) esconde seu inteligente chimpanzé, César (Roddy McDowall), filho de Zira e Cornelius. Quando as autoridades desconfiam, César finge ser um macaco normal e é levado para a sala de condicionamento e acaba por ser arrematado em leilão pelo tirânico governador Breck (Don Murray, 1929-2024), passando a trabalhar no centro de comunicações.

A rebelião

Enquanto Armando é interrogado e morre ao tentar fugir, César organiza uma guerrilha com os macacos solidários, preparando assim o terreno para o futuro mundo dos símios.

Contratou-se uma nova multidão de figurantes, que desfilava pelos bastidores com o rosto marcado pela maquiagem, além de exigir contratar novos maquiadores. Destaque para a marcante trilha sonora de Tom Scott.

A Batalha do Planeta dos Macacos

        5-  A BATALHA NO PLANETA DOS MACACOS
Battle for the Planet of The Apes (1973)

O quinto e último filme da série clássica, também dirigido por J. Lee Thompson, exigiu a construção de uma nova “cidade dos macacos”. Foram construídas três ou quatro casas no alto de árvores num terreno da Fox, além de uma escola e um lugar para reuniões. A bomba atômica voltou à cena, em poder dos homens de Breck, remanescente da revolta dos macacos em 1991, que foi tema do quarto filme.

Divulgação

César (Roddy McDowall), esposa e filho.

Doze anos após o início do reinado de César (Roddy McDowall), foi constituída uma sociedade rural pacífica de macacos, em que a mais valiosa lei é "macaco jamais matará macaco". Eles vivem em paz com alguns humanos sobreviventes da Guerra Nuclear que devastou a sua sociedade.

General Aldo (Claude Akins)

Porém, o general Aldo (Claude Akins, 1926-1994), líder dos gorilas, acha que os macacos devem ter armas para matarem os humanos. E conspira com os outros da espécie para que César não continue no poder. Ele acaba matando o filho de César, Cornelius (Bobby Porter).

O diretor e ator John Huston participa como um velho macaco legislado.

Descobrindo o verdadeiro assassino do filho, César luta com Aldo no alto das árvores, culminando com a morte do líder dos gorilas. A fita termina com macacos e seres humanos vivendo em paz. Destaque para a participação do cineasta John Huston (1906-1987) numa ponta como um macaco legislado. 

DIVULGAÇÃO

o artigo aqui apresentado foi parcialmente extraído do extinto blog Filmes Antigos Club – A Nostalgia do Cinema e originalmente publicado no espaço em setembro de 2015, agora em sua devida atualização. 


         

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